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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que você vai fazer, Katy?

Tu escreveu na minha carne, com as unhas e os dentes, que eu sou teu. 
Tu escreveu nos meu olhos, teu sorriso. 
Tu escreveu no meu peito, com palavras, o amor. 
Teu batom vermelho riscando as minhas roupas e teus beijos ardendo na minha boca.
De palavras contornadas, letras reescritas, eu fiz o meu texto.
Em devaneios de loucura eu só sabia falar de uma coisa: você.
De madrugada, ouvindo a poesia que nunca será escrita.
Escutando o silêncio das palavras que nunca serão ouvidas.
Eu quebrei a tua promessa, quis te fazer acreditar em amor.
Te fiz um samba que começava com V.
Samba de compasso quebrado, das palavras enredadas no cabelo enrolado.
E no meu teto alto, ecoando as nossas palavras, suportando a minha vontade.
Do teu coração calcinado de sofrer, eu extraí o fel amargo que lhe encobria de dúvidas.
Cuidei dos ferimentos e preenchi de carinho as dores causados pelo tempo.
Juntei os cacos da tua alma e construí um mosaico com as cores dos teus olhos.
Te banhei nas palavras de amor,para daí poder ouvir o doce das tuas palavras de recomeço.
Te guardei debaixo da minha asa de carinho e te levei pra voar no oceano dentro de mim.
Senti o perfume pungente da tua pele. Vi teus olhos negros que me puxavam pra dentro de ti.
Ouvi o som melódico da tua voz fora de si, a orquestra de sentimentos guardados que tu cantara pra mim.
E no momento dourado das nossas conversas tu virou minha cabeça do avesso para ver do que eu sou feito.
Tu arrancou de mim todos os meus falsetes só pra se agarrar no cerne da minha personalidade.
E agora, tu me tem inteiro.
in-tei-ro


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