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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Nas paredes.

        E começar a aparar as arestas da vida. Não quero poesia, não quero lirismo e tampouco histórias. Buscar lá de trás o que ficou errado e tentar remediar. Eu olhei as paredes pintadas e vi as manchas que ficaram na tintura das outras paredes. Enquanto eu pintava uma parede as outras acabaram sujando-se, uma pincelada descuidada ou um respingo talvez. Mas o problema é que a sujeira era demais, a cor que eu havia pintado agora havia borrado todas as outras paredes da minha vida. Eu deixei essa tinta me consumir por completo, deixei-a cobrir minha pele, colorir meus pulmões e nublar os meus olhos. Mas agora, depois de ter lavado-me eu vou colorindo-me com outros pigmentos. E eu vou limpando as manchas das outras paredes. Vou atrás de terminar todas as empreitadas da minha vida, terminar a reforma pra poder seguir adiante com novas empreitadas.
        Desde um livro pra ser lido a amigos. Eu vou atrás de tudo o que eu deixei interminado na minha vida. Eu quero seguir adiante e quero seguir limpo. Quero criar coisas novas e terminar todos os parágrafos que eu comecei.
        Eu quero ser livre das sombras inconclusivas do passado.
        Talvez só ser livre das lembranças.
        "Tô escrevendo um livro, tô fazendo engenharia, tô procurando um emprego e tô namorando."

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