Continuação de "Vai lá falar de amor", da série isso não é amor.
Pate I: Marla.
Eu tinha um livro que dizia mais ou menos assim:
Marla, fumando um cigarro, olhando para os lados.Mentirosa.Cabelos negros e lábios franceses carnudos. Lábios de sofá italiano de couro preto. Você não me escapa.
No livro, a história toda começou quando o narrador conhece Marla.
Não que eu seja um terrorista psicótico anarquista. Mas a minha história começou quando eu conheci você.
Não foi bem quando eu conheci você.
Foi quando você desligou o telefone depois de me dizer:
Eu não sou a Cinderela, idiota.
Antes de você fugir de mim, antes de eu me perder no meio da canção, a batida ainda continuava a tocar.
Eu sei que você se pergunta "Por que esse idiota achou que podia me beijar sem mais nem menos?" - Se você me perguntasse isso eu te responderia: "É porque eu me apaixonei por você, assim, sem mais nem menos."
E você pouco se importa com paixão, com amor.
Foi súbito. Eu vi você naquela festa, fui apresentado à você, e simplesmente não sabia o que dizer.
Eu não sabia seu nome.
Não sabia o que dizer.
Fiz o que qualquer canalha poderia fazer: Te chamei pra dançar.
Aquele papo da claustrofobia de multidões era só charme, eu precisava de algum motivo pra chegar perto de você. Dançar de olhos fechados era uma boa desculpa.
E a música dizia:
Stop making the eyes at me, i'll stop making the eyes at you.
Só que eu só conseguia ficar de olhos fechados.
E você, feito a personagem do livro, com seus cigarros.
Porque foi que eu, no dia seguinte resolvi dizer que eu te amo?
Fora o misto de desejo, afobação e êxtase.
Eu sei que não ia adiantar.
E agora eu não sei o que fazer.
Você simplesmente fugiu.
des-a-pa-re-ceu. E não atende mais o telefone.
"Eu vou ligar mais uma vez para você."
Continua.
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