Escrito e portanto para ser lido ao som de "C'était salement romantique" da Coeur de Pirate
Sabe,
eu sou claustrofóbico. Claus-tro-fó-bi-co. Palavra bonita, não? Enfim, é isso
mesmo. No sentindo mais clínico e neurótico da palavra. Nada de lugares pequenos
e mal arejados, teto baixo, ar saturado, muita gente. Que lá vem a suadeira, o
pânico, as palpitações.
Mas
não é bem sobre isso que eu vou falar.
O
fato é, é que meu amor é claustrofóbico também.
Quando eu
sinto, ele quer sair. Não consigo trancafia-lo dentro de mim por muito tempo.
Talvez porque quando ele venha, ela venha gigantesco e simplesmente não caiba
dentro de mim. E me enche feito um balão, toma cada espaço vazio, cada parte
livre que eu tenho. E toma conta, completamente. E ele precisa sair. Eu preciso
falar, preciso escrever. Eu quis te escrever uma música, ou então te pintar um
quadro, feitos das coisas de amor. Só que eu não consigo, meu dom não é esse. E
então meu amor resolve escapar pelas palavras, busca o espaço que já fora
inundado dentro de mim nas folhas em branco.
E então eu pinto a minha sinfonia com a
prosa.
A “claustrofobia-do-meu-amor” é bem parecida
com a minha claustrofobia. Quando esta começa, eu preciso imediatamente sair do
lugar, buscar ar fresco, arejar os pulmões. E quando o amor começa, ele
simplesmente não aguenta ficar muito tempo quietinho na dele. Quer sair, quer
gritar. E pra sair, ele se joga nas minhas palavras que são levadas pelo vento.
E
por mais que pareça banal, eu gosto de dizer tantas vezes que “eu te amo”. Cada vez que eu digo, é um
pedacinho que há dentro de mim que eu entrego pra você.
E
então, eu te entrego as minha canções, os meus desenhos e as minhas palavras.
Todo o meu amor expresso em arte. Só pra fazê-lo libertar-se do claustro que é
a minha carne. Te dou um pedaço da minha alma à cada texto.
E
sabe por que?
Porque eu te amo.
Lindo, sem mais.
ResponderExcluirIsa Kloss
Ah, a metáfora dos balões. Já se referiu a mim, sabia? E acho ela estonteantemente linda, talvez pela minha história.
ResponderExcluir"Todos os suspiros inflaram balões, até que eles subissem ao cosmos." Foi isto que ouvi.
Por isso sempre que ouço sobre balões, acho que o amor ali é bastante intenso. Me sinto até tola por sempre associar isso.
Enfim, como comentei no post da Verônica: que perdure.