Continuação de Jigsaw Falling Into Place.
E você acorda. E ela ainda dorme. A TV muda tamborila nas paredes com um arco-íris de tons de marrom e cinza. Toda a sua vida é mais ou menos assim, muda em tons de marrom e cinza.
Não, ela não dorme .Ela está chapada na sua cama. E você tem o gosto amargo da ressaca na sua boca.
Você escreve uma história sobre (des)amor.
Você nunca precisou pensar, não fez poesia nem criou histórias. Você só vomitou tudo aquilo que sentia. E aquilo saiu com gosto de fumaça.
"Me dá um cigarro." - Diz ela acordando.
Ela tem os lábios rachados e o cabelo bagunçado. As olheiras a fazem parecer um panda. E seu rosto está coberto por uma cera seca e amarelada que é a sua pele, a carne prende frouxamente nos ossos da face.
"I wanted to destroy everything beatiful i'd never have." - Diz o filme na TV.
A primeira coisa que você pensou quando acordou foi nela.
A primeira coisa que ela pede é um cigarro, e não você.
Você bebeu de mais ontem, não foi? E você tenta se lembrar da história escrevendo-a em um papel.
Os escritores amam de mais. E eu só queria amor.
As putas amam? E você só queria algo para se drogar.
Eu te dei,
você me deu amor?
Sua cabeça dói. É a ressaca, amigo.
"I wanted the world to hit the bottom." - Diz o filme na TV.
Ela tem sujeira nos cabelos. Ela tem remelas pretas de maquiagem nos olhos. Ela tem a pele branca cheia de cicatrizes pelo corpo.
Ela só te pede um cigarro.
Você só pede companhia.
Das coisas que você me pediu eu cobrei,
e recebi apenas valores de puta pobre.
E de novo você me pediu,
eu também te pedi.
Eu te dei algo,
você me deu algo?
Ela passou a noite na sua cama. Mas não teve amor. O único amor que havia era o seu. E durante o tempo que ela gemia, virava os olhos e tremia você cuidava dela. Beijava as feridas, secava o suor, lambia as lágrimas.
"Que merda essa foi que você me deu ontem?" - Ela tem hálito de cigarros e embora não tenha fumado faz tempo o cheiro já impregnou-se nos dentes.
O cheiro do cigarro já impregnou nas suas mãos.
"Cadê a porra dos meus cigarros? Só assim pra começar meu dia bem." - Você podia ter tirado as roupas dela enquanto ela dormia. Ela fede suor. Você vê os mamilos através da camiseta.
É tudo tão erótico.
"I wanted to breathe smoke." - Diz o filme na TV.
Você amava a letargia dela.
E no meio da noite eu te disse. "Eu quero ter um filho seu.".
Entre lábios tremendo você me disse. "Eu quero ter um aborto seu."
Foi por isso que você saiu. Ela te deixou, e ficou apenas com o vício, te deixando na abstinência.
Abstinência de amor.
"O que você está escrevendo? São essas poesias de novo? Eu odeio poesia. Por que os caras simplesmente não dizem o que tem para dizer sem ficar fazendo rodeios?" - Ela desperta com a ferida no braço sangrado, e começa a tirar a casca dos machucados das agulhas. - "Arte é uma merda."
"I wanted to burn the Louvre." - Diz o filme na TV.
Tudo em tons de cinza e marrom.
Você deixa a carta no travesseiro.
Ela volta a dormir.
Você sai. E o tempo passa.
Eu só queria que você me amasse além dos cigarros e do vício.
Cada um tem o vício que lhe cabe.
Eu quero amor.
Ela acorda.
E deixa a seringa no travesseiro ao lado da carta não lida.
E sai. E o tempo passa.
As cartas de amor sempre voltam.
E você acorda. E ela ainda dorme. A TV muda tamborila nas paredes com um arco-íris de tons de marrom e cinza. Toda a sua vida é mais ou menos assim, muda em tons de marrom e cinza.
Não, ela não dorme .Ela está chapada na sua cama. E você tem o gosto amargo da ressaca na sua boca.
Você escreve uma história sobre (des)amor.
Você nunca precisou pensar, não fez poesia nem criou histórias. Você só vomitou tudo aquilo que sentia. E aquilo saiu com gosto de fumaça.
"Me dá um cigarro." - Diz ela acordando.
Ela tem os lábios rachados e o cabelo bagunçado. As olheiras a fazem parecer um panda. E seu rosto está coberto por uma cera seca e amarelada que é a sua pele, a carne prende frouxamente nos ossos da face.
"I wanted to destroy everything beatiful i'd never have." - Diz o filme na TV.
A primeira coisa que você pensou quando acordou foi nela.
A primeira coisa que ela pede é um cigarro, e não você.
Você bebeu de mais ontem, não foi? E você tenta se lembrar da história escrevendo-a em um papel.
Os escritores amam de mais. E eu só queria amor.
As putas amam? E você só queria algo para se drogar.
Eu te dei,
você me deu amor?
Sua cabeça dói. É a ressaca, amigo.
"I wanted the world to hit the bottom." - Diz o filme na TV.
Ela tem sujeira nos cabelos. Ela tem remelas pretas de maquiagem nos olhos. Ela tem a pele branca cheia de cicatrizes pelo corpo.
Ela só te pede um cigarro.
Você só pede companhia.
Das coisas que você me pediu eu cobrei,
e recebi apenas valores de puta pobre.
E de novo você me pediu,
eu também te pedi.
Eu te dei algo,
você me deu algo?
Ela passou a noite na sua cama. Mas não teve amor. O único amor que havia era o seu. E durante o tempo que ela gemia, virava os olhos e tremia você cuidava dela. Beijava as feridas, secava o suor, lambia as lágrimas.
"Que merda essa foi que você me deu ontem?" - Ela tem hálito de cigarros e embora não tenha fumado faz tempo o cheiro já impregnou-se nos dentes.
O cheiro do cigarro já impregnou nas suas mãos.
"Cadê a porra dos meus cigarros? Só assim pra começar meu dia bem." - Você podia ter tirado as roupas dela enquanto ela dormia. Ela fede suor. Você vê os mamilos através da camiseta.
É tudo tão erótico.
"I wanted to breathe smoke." - Diz o filme na TV.
Você amava a letargia dela.
E no meio da noite eu te disse. "Eu quero ter um filho seu.".
Entre lábios tremendo você me disse. "Eu quero ter um aborto seu."
Foi por isso que você saiu. Ela te deixou, e ficou apenas com o vício, te deixando na abstinência.
Abstinência de amor.
"O que você está escrevendo? São essas poesias de novo? Eu odeio poesia. Por que os caras simplesmente não dizem o que tem para dizer sem ficar fazendo rodeios?" - Ela desperta com a ferida no braço sangrado, e começa a tirar a casca dos machucados das agulhas. - "Arte é uma merda."
"I wanted to burn the Louvre." - Diz o filme na TV.
Tudo em tons de cinza e marrom.
Você deixa a carta no travesseiro.
Ela volta a dormir.
Você sai. E o tempo passa.
Eu só queria que você me amasse além dos cigarros e do vício.
Cada um tem o vício que lhe cabe.
Eu quero amor.
Ela acorda.
E deixa a seringa no travesseiro ao lado da carta não lida.
E sai. E o tempo passa.
As cartas de amor sempre voltam.
SENSACIONAL.
ResponderExcluirQue texto pra excitar a alma, a vida. Faz a gente pensar sobre tudo aquilo que a gente esqueceu pra trás, não deu o valor devido e mensurou às coisas o tamanho inexato: sem a verdade, sabe?
Parabéns, Lucas.
'Eu só queria que você me amasse além dos cigarros e do vício.
ResponderExcluirCada um tem o vício que lhe cabe.
Eu quero amor.' Isso caiu como uma luva em mim, sensacional Lucas.
Genial, cara.
ResponderExcluirTambém comecei a fumar por uma garota, ela não tem nada de puta, mas memória emotiva é uma merda né?!
"Das coisas que você me pediu eu cobrei,
e recebi apenas valores de puta pobre.
E de novo você me pediu,
eu também te pedi.
Eu te dei algo,
você me deu algo?"
Ela nunca mais me pediu cigarros.