- Eu tenho vergonha.
- Vergonha de quê?
- De sentir medo.
- Mas você sente medo? Você não parece ser dos que sente medo.
- É, não pareço. Mas lá no fundo eu sinto. Todo mundo sente.
- Medo de quê?
- Eu não queria sentir medo. Eu pareço fraco sentindo medo.
- Mas poxa, fale do que você sente medo ao menos.
- De ficar sozinho.
- Como assim "ficar sozinho"?
- É, um dia ficar sozinho. Assim, sem ninguém pra no final da semana dividir os cobertores. Sem ter um pé pra esquentar ou um livro pra dividir.
- Mas sempre vão haver livros para serem lidos.
- Mas e quem é que vai ler comigo? Ou melhor, quem é que vai escrever comigo?
- Ah, mas você já tem com quem dividir as suas histórias.
- Mas se eu ficar sozinho?
- E você vai ficar?
- É aí que entra o meu medo.
- Lá vem você com essa história de medo de novo. Pelo menos explique.
- Tá. . . Eu tenho medo que um dia ela se canse de mim.
- Como assim se canse?
- É, se canse. Que hora ou outra as minhas histórias deixem de serem interessantes.
- Cara, olhe as coisas que você escreve. Quando é que elas vão deixar de serem interessantes?
- Mas não são das histórias que eu escrevo que eu tenho medo que ela se canse. Eu tenho medo é que ela se canse da história que eu e ela escrevemos.
- Então é só começarem outra.
- Mas essa não tem volta.
- Pega a caneta e comece a escrever, simples assim.
- A história que eu tô falando não se escreve. Não se conta, nem nada. A história que eu tô falando a gente vive. E se ela cansar dessa história não tem volta.
- É disso que você tem medo?
- É.
- Você ama ela, não ama?
- Sim.
- Até quando?
- Até os poetas ficarem sem rimas.
- Então essa história nunca vai acabar.
- Eu só não quero ficar sozinho.
- Sabe. . . Um dia ainda vão escrever grandes histórias sobre vocês dois.
- Vergonha de quê?
- De sentir medo.
- Mas você sente medo? Você não parece ser dos que sente medo.
- É, não pareço. Mas lá no fundo eu sinto. Todo mundo sente.
- Medo de quê?
- Eu não queria sentir medo. Eu pareço fraco sentindo medo.
- Mas poxa, fale do que você sente medo ao menos.
- De ficar sozinho.
- Como assim "ficar sozinho"?
- É, um dia ficar sozinho. Assim, sem ninguém pra no final da semana dividir os cobertores. Sem ter um pé pra esquentar ou um livro pra dividir.
- Mas sempre vão haver livros para serem lidos.
- Mas e quem é que vai ler comigo? Ou melhor, quem é que vai escrever comigo?
- Ah, mas você já tem com quem dividir as suas histórias.
- Mas se eu ficar sozinho?
- E você vai ficar?
- É aí que entra o meu medo.
- Lá vem você com essa história de medo de novo. Pelo menos explique.
- Tá. . . Eu tenho medo que um dia ela se canse de mim.
- Como assim se canse?
- É, se canse. Que hora ou outra as minhas histórias deixem de serem interessantes.
- Cara, olhe as coisas que você escreve. Quando é que elas vão deixar de serem interessantes?
- Mas não são das histórias que eu escrevo que eu tenho medo que ela se canse. Eu tenho medo é que ela se canse da história que eu e ela escrevemos.
- Então é só começarem outra.
- Mas essa não tem volta.
- Pega a caneta e comece a escrever, simples assim.
- A história que eu tô falando não se escreve. Não se conta, nem nada. A história que eu tô falando a gente vive. E se ela cansar dessa história não tem volta.
- É disso que você tem medo?
- É.
- Você ama ela, não ama?
- Sim.
- Até quando?
- Até os poetas ficarem sem rimas.
- Então essa história nunca vai acabar.
- Eu só não quero ficar sozinho.
- Sabe. . . Um dia ainda vão escrever grandes histórias sobre vocês dois.
Olha, amor não acaba, mesmo quando os corpos se separam. Amor se transforma e, mesmo que os corpos sejam diferentes, sempre haverá amor.
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