Texto escrito para a Corrente Literária de 18/07/13 - "Amor, O que é para você?"
(As cortinas abrem.)
(As cortinas abrem.)
(O cenário é composto de folhas espalhadas pelo chão, rosas brancas também estão espalhadas. Há uma mesa posta e seis cadeiras, e um gazebo de madeira ao fundo. A luz é de um tom avermelhado.
(Mira entra correndo, olha para os lados, vira parte louça que está em cima da mesa no chão e sai.)
(Mira volta trazendo Fausto. Fausto está com os pulsos amarrados e a boca amordaçada, e tenta resistir.)
(Mira faz Fausto sentar em uma das cadeiras.)
(Mira senta-se na cadeira oposta.)
Mira: Sabe, eu vou falar pra você, vou falar do que eu sofri, do que eu amei, do que eu chorei e de tudo o que eu acreditei.
(Mira apanha uma xícara, enche de chá e toma um gole.)
Mira: Eu acreditei que você era real, Lance. E para mim você sempre esteve um degrau acima. Algo que eu nunca poderia alcança. Na nossa peça estávamos fadados a não terminarmos juntos, é tragédia, eu sei. Mas agora você é meu. Esteve tão longe tanto tempo, e repetidas vezes sob as luzes eu te amei. E quando Guinevere gritava eu te amo, era eu. Cada ato que Guinevere encerrava chorando, era eu.
(Mira toma mais um gole, deixa a xícara na mesa, levanta-se e se apoia com os braços na mesa.)
Mira: Eu te amo, Lance. Eu te amo. Eu te amo e quero que você fique comigo para sempre. Eu te amo e quero morrer junto com você. Eu te amo e quero você para mim. Eu te amo. Eu te amo.
Mira (Alterada): EU TE AMO.
(Mira sobe na mesa, gatinha até Fausto, retira a mordaça e o beija. Fausto tenta evitar, mas não consegue.)
(Mira segura o rosto de Fausto nas mãos carinhosamente.)
Mira: Eu te amo e você é finalmente meu.
Fausto: Mira, eu não sou o Lance. Lance é meu personagem. Você está descontrolada. A peça é pesada, nós já estamos no palco fazem meses. Mas a temporada já está por acabar. Me solta e vamos conversar.
Mira (Gritando): NÃO! Eu não sou a Mira. Eu sou Guinevere. Fui rainha, fui guerreira. E agora eu mudei o final da nossa história. Lance meu amor, você vai ficar vivo.
Fausto: Então me solta, Guinevere. Que nós conversamos.
(Mira sai de cima da mesa, apanha uma faca da mesa e corta a mordaça que pende no pescoço. Ao dar a volta por trás da cadeira ela aproxima-se do pescoço de Fausto e lhe dá um beijo.)
Fausto: Certo, então por que você me ama?
(Mira corta as amarras das mãos.)
Mira: Eu te amo porque a Guinevere te ama.
Fausto: E por que você me sequestrou e me levou para esse lugar?
Mira: Para que a gente possa ficar juntos para sempre. Para que eu possa lhe dizer coisas bonitas, para que nós fiquemos velhos juntos. Para que o mundo veja o quanto eu te amo.
(Mira volta a se sentar)
Fausto: E que amor é esse, que eu não te amo?
Mira: Eu te faço me amar.
Fausto: E se eu nunca te amar?
Mira: Um dia vai.
Fausto: Você não me ama.
Mira: Amo sim.
Fausto: Isso não é amor.
Mira: Por quê?
Fausto: Eu não sou Lance. Lance é apenas um personagem. Você me idealizou, e amou uma imagem. E me quis me amar como as imagens te mandaram. Amar não é morrer junto. Amar não é o que os outros vêem.
(Mira tapa os olhos com as mãos.)
Fausto: Amar é sinônimo de ser feliz.
(Mira olha Fausto com os olhos marejados.)
Mira: Mas eu te faço feliz.
Fausto: Mas não é com você que eu quero ser feliz.
Mira: Mas o Lance quer.
Fausto: Você não é Guinevere.
(Mira começa a chorar)
Fausto: Amor é muito mais do que qualquer ideal. Amor são dois sendo um só. Não é uma imagem, não é um personagem e não é uma peça em que se representam papéis. Amor são duas almas na mesma frequência que se encontraram e agora cantam a mesma canção.
Mira: Meu amor, me dá mais uma chance. Eu não vou ficar satisfeita enquanto eu não te abraçar bem forte.
Fausto: Amor são duas vidas que se constroem juntas. Milhares de desejos que dois buscam e focam em apenas um. Mia, você não me amou.
(Mia em silêncio se levanta, apanha uma faca e vai até Fausto.)
Fausto: Amor são dois sendo felizes juntos. Quando não há felicidade não há amor.
(Mia corta as amarras dos punhos.)
Fausto: Nascemos intrinsecamente tristes. Precisamos viver com alguém que amamos para sermos felizes.
(Caem as cortinas.)
Mira (Alterada): EU TE AMO.
(Mira sobe na mesa, gatinha até Fausto, retira a mordaça e o beija. Fausto tenta evitar, mas não consegue.)
(Mira segura o rosto de Fausto nas mãos carinhosamente.)
Mira: Eu te amo e você é finalmente meu.
Fausto: Mira, eu não sou o Lance. Lance é meu personagem. Você está descontrolada. A peça é pesada, nós já estamos no palco fazem meses. Mas a temporada já está por acabar. Me solta e vamos conversar.
Mira (Gritando): NÃO! Eu não sou a Mira. Eu sou Guinevere. Fui rainha, fui guerreira. E agora eu mudei o final da nossa história. Lance meu amor, você vai ficar vivo.
Fausto: Então me solta, Guinevere. Que nós conversamos.
(Mira sai de cima da mesa, apanha uma faca da mesa e corta a mordaça que pende no pescoço. Ao dar a volta por trás da cadeira ela aproxima-se do pescoço de Fausto e lhe dá um beijo.)
Fausto: Certo, então por que você me ama?
(Mira corta as amarras das mãos.)
Mira: Eu te amo porque a Guinevere te ama.
Fausto: E por que você me sequestrou e me levou para esse lugar?
Mira: Para que a gente possa ficar juntos para sempre. Para que eu possa lhe dizer coisas bonitas, para que nós fiquemos velhos juntos. Para que o mundo veja o quanto eu te amo.
(Mira volta a se sentar)
Fausto: E que amor é esse, que eu não te amo?
Mira: Eu te faço me amar.
Fausto: E se eu nunca te amar?
Mira: Um dia vai.
Fausto: Você não me ama.
Mira: Amo sim.
Fausto: Isso não é amor.
Mira: Por quê?
Fausto: Eu não sou Lance. Lance é apenas um personagem. Você me idealizou, e amou uma imagem. E me quis me amar como as imagens te mandaram. Amar não é morrer junto. Amar não é o que os outros vêem.
(Mira tapa os olhos com as mãos.)
Fausto: Amar é sinônimo de ser feliz.
(Mira olha Fausto com os olhos marejados.)
Mira: Mas eu te faço feliz.
Fausto: Mas não é com você que eu quero ser feliz.
Mira: Mas o Lance quer.
Fausto: Você não é Guinevere.
(Mira começa a chorar)
Fausto: Amor é muito mais do que qualquer ideal. Amor são dois sendo um só. Não é uma imagem, não é um personagem e não é uma peça em que se representam papéis. Amor são duas almas na mesma frequência que se encontraram e agora cantam a mesma canção.
Mira: Meu amor, me dá mais uma chance. Eu não vou ficar satisfeita enquanto eu não te abraçar bem forte.
Fausto: Amor são duas vidas que se constroem juntas. Milhares de desejos que dois buscam e focam em apenas um. Mia, você não me amou.
(Mia em silêncio se levanta, apanha uma faca e vai até Fausto.)
Fausto: Amor são dois sendo felizes juntos. Quando não há felicidade não há amor.
(Mia corta as amarras dos punhos.)
Fausto: Nascemos intrinsecamente tristes. Precisamos viver com alguém que amamos para sermos felizes.
(Caem as cortinas.)